Suzano: Seminário sobre discriminação de gênero encerra 7ª Semana da Mulher
terça-feira, 15 de março de 2011Profissionais da educação discutiram na noite de segunda-feira (14/3) o papel da escola na quebra de preconceitos, na desconstrução de estereótipos sobre a mulher e no combate a atitudes homofóbicas, no último debate da 7° Semana da Mulher. Com o tema “Desconstruindo representações simbólicas e discriminatórias de gênero”, o evento foi realizado na na Associação Cultural Suzanense (Bunkyo), em Suzano.
O seminário foi mediado pela secretária municipal de Educação, Sônia Kruppa, que falou sobre o combate à desigualdade entre homens e mulheres e sobre o quanto contribuímos para que este cenário de discriminação continue. “Somos sujeitos de direitos, mas qual a representação que fazemos de nós mesmas como profissionais e pessoas?”, provocou.
A psicóloga, pesquisadora, feminista e membro do Observatório da Mulher, Rachel Moreno, abriu a noite traçando um panorama sobre a visão social da mulher. Sob o tema “Desconstruções para uma educação não discriminatória”, Rachel lembrou que a imagem que as mulheres têm de si mesmas é trabalhada desde a infância, por meio de brincadeiras que ensinam o trabalho doméstico e a maternidade.
No mercado de trabalho, as mulheres sofrem desigualdades em termos salariais e grau de exigência. Segundo a pesquisadora, dados indicam que elas representam apenas 1% da renda mundial, fato evidenciado pela desigualdade salarial: uma mulher ganha 76% do que um homem recebe na mesma função, além de ter de estudar mais para ocupar cargos de chefia. “Elas acumulam quatro anos de estudo a mais do que qualquer homem”, informou Rachel.
Dando continuidade ao seminário, a doutora em sociologia da educação na área de gênero e sexualidade e membro do grupo de estudos de gênero, educação e cultura sexual da Universidade de São Paulo (USP), Maria Cristina Cavaleiro, falou sobre a “Corporalidade na educação para autonomia nas relações de gênero”.
Cristina lembrou o papel que a escola deve ter para garantir direitos e combater a homofobia. Segundo ela, a escola é o 2° lugar em que há mais atitudes preconceituosas na sociedade e provocou os educadores a mudarem a situação. “A escola tem de discutir essa questão ou todos vão sofrer com isso. Se não enxergarmos, o preconceito continuará acabando com vidas”.
Fonte: Secom Suzano