Mato alto, falta de água e falta de respeito. São essas as principais reclamações das pessoas que frequentam o Cemitério São João Batista, no bairro do Raffo, em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo. Alguns túmulos estão inacessíveis, e em dias de grande movimento, funcionários relatam inclusive falta de água para limpar as sepulturas.

Moradores reclamam do total abandono e descaso com o cemitério. “Meus pais e meus tios estão enterrados aqui, e venho cerca de duas vezes por semana visitar os túmulos”, relata o editor de imagens Luiz Martins de Oliveira. “Desde dezembro o mato já estava alto e agora o capim já está tomando conta de vários lugares aqui dentro.”

Luis conta que em janeiro a família terminou de pagar a compra de dois túmulos, que não foram baratos, segundo ele. “Nós compramos e dividimos entre nós. Passou dos R$ 3 mil o valor pago para termos isso em nosso nome”, disse, mostrando todos os documentos relacionados à compra. “É um valor caro, a gente pagou tudo, e mesmo assim ninguém limpa. Do jeito que está aqui não tem mais condição”, desabafa.

“Eles disseram que iam deixar tudo limpo e a gente não vê resultado”, salienta. De acordo com ele, as pessoas sempre reclamam e, em dias de grande movimento, como Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia de Finados, o problema é ainda maior. “As pessoas mal conseguem acessar os túmulos de tão alto que está o mato”, diz.

Funcionários também reclamam do descuido da administração. “Se você for até o fundo lá, você vai ver, parece que estamos na selva”, diz um dos homens que trabalham diariamente no local, mas preferiu não se identificar. “O meu pai foi um dos primeiros que foram enterrados aqui e até hoje não construíram nem uma capela para a gente rezar pelo corpo”.

De acordo com a Prefeitura de Suzano, a última limpeza do cemitério aconteceu no mês de fevereiro de 2013. No entanto, o mato cresceu por causa das fortes chuvas dos últimos dias. A prefeitura informou ainda que a próxima limpeza deve acontecer entre os dias 3 e 4 de abril.

Água na cidade de Suzano
A falta de água é também um problema constante. “Só temos essa rede de água aqui, e sempre que há um Dia de Finados, falta água”, conta o funcionário. “Fora que nas quadras que estão lá no fundo não tem água”, aponta. “Tem uma senhorinha que vem aqui visitar um túmulo, ela tem que vir buscar água no corredor central e depois carregar o balde até lá no fundo”, diz.

A Prefeitura de Suzano informou que vai averiguar a questão da falta da água no cemitério do Raffo. Segundo a administração municipal, há a possibilidade de instalação de uma caixa d’agua no local para resolver o problema.

Fonte: G1